Casa Alugada
Creio que a maioria de vocês já ouviu pelo menos umas dez vezes a historieta da casa alugada ao Diabo.
Contam que um determinado pastor foi fazer uma visita a certa família, e ao chegar lá encontrou a porta fechada e um barulho de guerra lá dentro, como pancadas nas coisas e berros irados.
A confusão era tamanha que, mesmo ao som da campainha, ninguém veio atender ao que chamava. Antes de ir embora, o pastor observou que ao lado da soleira superior da porta havia uma placazinha, onde estava escrito: “Esta casa pertence ao Senhor”.
Diz o conto que o pastor pensou logo: Mas deve estar alugada ao Diabo... Esta história é velha e conhecida da maioria de nós. Carrega certa jocosidade, mas o conteúdo é deprimente.
Conta-se como estória, mas bem que pode ter acontecido de verdade, já que a situação não nos é estranha. Há muitas casas que vivem em estado de guerra, mesmo com a placazinha lá fora com o nome santo do Senhor.
Os vizinhos sabem que aquela morada é de gente que serve a Deus; há indícios fortes de que a família que ali mora é evangélica ou fortemente religiosa, como podem definir alguns. De vez em quando podem ser ouvidos cânticos de louvor, música gospel; em outra ocasião, os vizinhos vêem os membros daquela família saírem todos para um culto, portando bíblias...
Tudo isso representa aquela “plaquinha”: essa casa pertence ao Senhor. São os sinais da fé, os símbolos da piedade. Quem passa e olha, imagina morar ali uma família abençoada e feliz, pois feliz é a casa onde Deus reina. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. Este é, sem dúvida, um tremendo de um mal-testemunho; uma imagem deturpada aos de fora de uma família que teme e serve a Deus. Uma casa assim, só pode estar alugada ao Diabo mesmo. Ele juntou os seus trapos infernais e foi se alojar ali. De quem mais poderia vir a inspiração para tamanha violência e essa bateria de agressividades entre os membros-irmãos de uma mesma casa, sangue do mesmo sangue, carne da mesma carne?
Quem mais poderia semear desordens, iras, discórdias, facções, dissensões, gritarias, ciúmes, porfias e seus derivados?
Só mesmo o Condenado para nublar um ambiente que nasceu para ser um jardim, transformando-o em um campo de guerra; um jardim do Éden em um deserto; uma fonte de cura, bênção e ministração, em uma feira de maldades. Daí vêm as dores, as lágrimas, a perda, o drama e a morte na família.
Não permita que isso aconteça com a sua casa; ela é a casa de Deus, um santuário onde Jesus habita. Mantenha no ambiente da sua casa sempre boa música, boa conversa, boa leitura, boa tudo. A paz do céu estará constantemente em seus termos.
Rev. Itamar Bezerra
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