no momento em que as pessoas casam, levam para o relacionamento experiências emocionais arraigadas desde a época da infancia que determinam o seu modo de modo de reagir ás situações.
é importante que se tenha consciencia desse fato para poder compreender melhor o outro e procurar negociar com ele formas de convivencia menos conflituosas e mais prazerosas
mesmo sabendo que não existe um jeito correto de administrar esses sentimentos, cada um dos envolvidos reage a eles da maneira aprendida na infância como se fosse a melhor - e sofre ou se queixa quando o parceiro tem outra forma de reagir.
Na maioria das familias não é comum ensinar as crianças que rejeição e um aspecto relacional inevitável e importante, mas sempre uma coisa ruim, que machuca, e portanto deve ser evitada.
O resultado é que elas chegam á vida adulta corn muito receio de serem rejeitadas e de rejeitar. Se tivessem aprendido que esses sentimentos são naturais, que são até mesmo um direito relacional, e não encobrern maldade, safadeza ou desamor, teriam mais chance de se relacionar amorosamente sem tanto receio de serem tomadas por eles. Quando fossem rejeitadas saberiam quc naquele momento o outro estava apenas querendo ficar so, dedicar-se a alguma atividade. E, quando elas mesmas não estivessem disponiveis.
Explicitariam seu desejo com sinceridade, com afeto e sem culpa.
Rejeitar e ser rejeitado seriam so mais alguns aspectos da relação, que poderiam ser discutidos abertamente.
A maneira de encarar a solidão também depende do que foi aprendido no funcionamento da familia, além, claro, da personalidade e das caracteristicas de cada individuo. Se os parceiros aprenderam que ficar só é uma forma de se fortalecer e se reorganizar, vão levar isso para a relação. Haverá, então, momentos de isolamento de cada um e isso não representara risco. Ao contrário. As pausas na convivencia poderão ser usadas para avaliações da relação e da forma como se desevolve. Agora, se a necessidade de ficar só for de apenas um dos parceiros e trouxer fantasmas negativos de solidão, de rejeição e de abandon para o outro, este poderá sofrer, pois não compreenderá o desejo de sua cara-metade e terá dificuldade de fazer bom uso da própria solidão e recoihimento. Da mesma forma, a necessidade de privacidade pode acabar se tornando um problema pare o casal. Se o costume é dividir tudo, saber tudo do outro, o conflito pode surgir se um dos dois colocar algum limite nesse padrão. A intimidade que se tem ao virar casal é um elemento importante para experiências prazerosas, mas precisa ser permeada pelo respeito a privacidade. A invasão dela pode passar pela leitura de e-mails do outro, pelo controle do celular, por perguntas insistentes sobre o uso do tempo, enfim. pela necessidade constantes de saber mais e mais sobre tudo que o parceiro faz, pensa ou conversa. A consciência de que cada um pode ter desejos e necessidades diferentes aspectos abordados aqui e fundamental para que um casal negocie formas de aproveitar melhor as chances que tiver para aprofundar a relação e se sentir melhor no convivio mútuo.
Solange Russet, psicóloga e terapeuta relacional
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