Fonte: http://www.carpinejar.blogger.com.br/
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
O sexo é bom, mas depois dele não há conversa.
O sexo é bom, mas depois dele não há conversa. Ou o sexo é ruim, mas a conversa é boa. A relação vai bem na cama, mas no momento de olhar para o teto fica-se com vontade de sair dali e ser astronauta. Nenhum dos dois fala. Ambos tartamudeiam. A química da pele queima, só que a boca não funciona para outra coisa a não ser beijar. Como se portar? Tirar proveito do humor, brincar, atiçar papéis. Procure descobrir o que ela curte, solte curiosidades, confesse suas taras. Ousadia é melhor do que omissão, não importa a dosagem. Ninguém pede desculpa pela ousadia, mas é possível se arrepender pela falta dela. Em primeiro lugar, não deixe o silêncio tragar o casal. Fale do incômodo do próprio silêncio, se for o caso, para interceptá-lo. Está provado, mulheres gostam de homens divertidos. Rir já é voltar a transar. Fazer sexo é também conversar. O sexo não acontece somente no quarto. Inicia-se antes, no jantar, no cinema, nos olhares prolongados, nas mãos dadas, no jeito de contornar o rosto e o pescoço. A véspera determina a umidade.
O homem também tem receio de ser enganado com o orgasmo. Um orgasmo fingido é o que mais o abala. De que modo definir se ela está gozando? Pelo ritmo. O que é contido, sincopado, fica desgovernado ao final. Uma mulher se expulsa na hora H. Ou melhor, na hora M. Ela se derrama e a cama é escassa para recebê-la. Uma mulher quando finge continua segurando as rédeas. Uma mulher quando goza deixa ser levada pelo animal do instinto. Mas não questione nada. Se desconfiar que ela não teve arrebatamento, recomece em vez de perguntar. O orgasmo aumenta com a soma de vacilações e dificuldades. Uma mulher que demora mais para atingir o prazer será justamente a que terá maior prazer depois.
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